Palavras Domesticadas

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quinta-feira, 22 de abril de 2010

Carnaval na avenida e na ponta da agulha


O carnaval oficial da cidade começa hoje. Entenda-se por carnaval, os desfiles das agremiações, porque não há clima de carnaval nas ruas, não se ouve batucadas e nem se vê blocos de foliões. Esse carnaval fora de época não tem cara de carnaval. Talvez para quem vá assistir aos desfiles, pode vir a sentir um certo espírito carnavalesco, mas que esse carnaval deslocado de sua data oficial parece estranho, disso não há dúvida. Pelo menos na próxima Noite do Vinil, na sexta, dia 23, procuraremos reviver os velhos carnavais das marchinhas e dos antigos sambas-enredo, quando ainda não eram feitos para virarem produtos vendáveis, e eram mais bonitos. Em nosso caso particular o que vemos hoje é uma briga entre dirigentes de escolas e blocos e o poder público, relativa às verbas destinadas aos desfiles, e a cada ano saem mais pobres. Prefiro mesmo ouvir e cantar aquelas marchinhas, que hoje já não se fazem mais. Pelo menos em vinil, no Relicário Bistrô, na 28 de Março em frente ao Isepam,a partir das 22h poderemos lembrar de antigos carnavais, mesmo em pleno abril. Como curiosidade, vou transcrever uma famosa marchinha, vertida para o latim, que encontrei no livro Balanço da Bossa e Outras Bossas, de Augusto de Campos.

O horticultrix
Cur tam tristis es
Quid autem tibi acciderit?
Fuit camelia
Quea de ramo cecidit
Suspiros dedit duos
Postea perivit.
Veni, horticultrix
Veni, amor mi
Ne sis tam tristis
Quia mundus tibi est
Tu camelia pulchritudine
Logissime praestas.

(Ó jardineira/ por que estás tão triste/ Mas o que foi que aconteceu?/Foi a camélia que caiu do galho/deu dois suspiros/ E depois morreu/ Vem jardineira/ Vem meu amor/ Não fiques triste/que este mundo é todo teu/ Tu és muito mais bonita/ Que a camélia que morreu.)

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