Palavras Domesticadas

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sábado, 8 de maio de 2010

Nova mesa de futebol de botão


Quem me conhece a mais tempo sabe que um de meus hobbys é jogar futebol de botão. Desde que ganhei meu primeiro jogo, quando tinha por volta dos 8 anos, eu nunca mais parei. Anos depois, eu passei a mudar o estilo, passando a adotar botões manufaturados, que eram feitos artesanalmente, como era nos primódios dessa prática. Eu passei a formar meus times assim, pois acho que se aproxima mais com o jogo de futebol de verdade, onde cada jogador tem uma característica própria.
Abaixo uma entrevista:
Tarati-Taraguá: E aí, Márcio, beleza? Porque você decidiu comprar uma nova mesa de futebol de botão?
Márcio: Olha, cara, eu estava sem jogar há muitos anos, e já estava com saudades, mas me faltava uma boa mesa, então resolvi comprar uma, pois a que eu usava pra jogar não é muito apropriada.
TT: Já inaugurou o novo campo?
M: Sim. Fiz uma partida amistosa entre o meu time oficial e o time dos "galáticos", e o resultado foi 2x2.
TT: Quem fez o primeiro gol no novo campo?
M: Foi Manoelito, do meu time oficial.
TT: Ele joga há muito tempo com você?
M: Sim, Manoelito forma um ataque com Popivoda e Doval há mais de trinta anos. É um dos melhores ataques que formei no estilo "freiraum und vervollstängt".
TT: O que é isso?
M: Em alemão quer dizer "abre espaço e arremata". São botões que têm como característica penetrar entre os zagueiros adversários, encontrar um espaço curto, e arrematar de cobertura.
TT:Doval eu sei que foi um atacante argentino que fez história no Flamengo e depois no Fluminense. Mas Popivoda e Manoelito?
M: Manoelito não tem nada a ver com futebol. Uma vez li no jornal que o falecido ator Milton Moraes se chamava Manoelito, e resolvi colocar esse nome no meu botão. Já Popivoda é o nome de um atacante da antiga Iugoslávia. Na década de 70 promovi um torneio em minha casa em que cada time representava um país. Um dos participantes era filho de um iugoslavo, e representou o país de seu pai, e o centroavante de seu time ganhou o nome de Popivoda. Depois esse jogador veio parar no meu time, e está comigo até hoje.
TT:Tem alguma partida em especial que você se recorda?
M: Uma inesquecível foi de um campeonato que eu organizei em 76, e joguei com esse time-base. Foi contra Luiz Forno-de-Palha, que tinha um dos melhores times do bairro. Apesar do time dele ser muito bom, o meu estava dando um banho de bola, e meu ataque "freiraum und vervollstängt" conseguiu meter 5x1. Parecia até os meninos do atual time do Santos.Tinha tudo pra ser uma goleada histórica. Até que começou a tocar Ponta de Areia, com Milton Nascimento, no rádio. A música me desconcentrou totalmente, e o time de Forno-de-Palha consegui empatar: 5x5. Até que no final do jogo, um jogador do meio de campo que tinha um petardo certeiro, e chutava bem de longe desempatou. Eu ganhei por 6x5, e depois saí campeão.
TT: Algum torneio à vista?
M: Sim. Estou pensando em organizar a Taça Libertadores das Muchachas, um sonho antigo.
TT: Obrigado, e boa sorte.
M: Valeu.

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