Palavras Domesticadas

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terça-feira, 10 de agosto de 2010

Assim Falou Marc Bolan


No dia 16 de setembro de 1977 morria Marc Bolan, vocalista da banda de glam rock, T. Rex, num acidente automobilístico. Naquele mês, o Jornal de Música anunciava a morte de Bolan de uma forma diferente. Acredito que a edição já estivesse fechada, e pronta para ir para a gráfica e ser distribuída nas bancas quando foi anunciada a morte do artista. Como na época não havia internet ou outros meios mais imediatos para se saber detalhes de uma notícia internacional, eles optaram em colocar a foto que aparece na ilustração e a data de seu nascimento e morte, dando a entender que ele havia morrido, e algumas frases dele. O ano de seu nascimento, inclusive está errado. Ele nasceu em 1947 e não 1948. Foi dessa forma que eu fiquei sabendo da morte de Marc Bolan. Abaixo algumas das frases destacadas na publicação:
“Eu sempre soube que era uma pessoa diferente. Desde que nasci. Se eu não fosse louco seria ótimo – mas sei que sou. Aliás, somos todos, mas minha loucura é muito particular.”
“Inventei um ritual que me transformaria num sátiro. Com pernas peludas, chifres e pé de bode. Mas achei que ia me atrapalhar muito a vida prática. Podiam me enfiar num zoológico, ou então me dessecar. Ou um circo me convidaria como atração principal, sei lá. Resolvi desistir. Mas tenho certeza que o feitiço funciona.”
“Foi assim que comecei. Eu ainda era Mark Feld, mas a gravadora Decca me batizou de Marc Bolan. Eu compunha umas coisinhas, mas nunca tinha cantado em público. Eu sabia dançar, rebolar, fazer caretas. Mas era uma pantomima, eu não sabia realmente tocar guitarra. Achei que as coisas se ajeitariam sozinhas. Bem, elas não se ajeitaram, mas em compensação consegui uma promoção escandalosa.”
“Eu cantava numa espécie de vibrato andrógino, suave mas sinistro, e compunha todas as músicas do T. Rex. Minha poética era uma mistura de paisagens galáticas, imagens antigas, labirintos subterrâneos, continentes perdidos, ninfas, sátiros, majestades satânicas, duendes e fadas. Eram versos bizarros, muito inteligentes e o pessoal que curtia fumo e consumia ácido foi se ligando mais e mais.”
“Quanto mais aprendo, menos interessado fico em mim mesmo, mais digno de pena me acho. Mas nos meus momentos de arrogância eu me acho maravilhoso, divino. Nesse momento só quero que todos conheçam meu trabalho. Não sei se Ray Bradbury ou Bob Dylan já ouviram falar de mim. Mas tenho certeza que no dia que me ouvirem vão gostar, vão entender meus toques.”
“Se Deus viesse à minha casa eu não ficaria espantado. Nem me sentiria humilde ou inferior. Eu apenas daria um tapinha nas Suas costas e perguntaria: Como é, meu chapa? Diga lá!”
“Quando falo em feitiços não estou brincando. Passei dois anos vivendo com um bruxo em Paris. Li pilhas de livros de feitiçaria, aprendi invocações,fórmulas mágicas e participei de cerimônias secretas. Estou preparado para desaparecer e aparecer novamente a hora que quiser.”

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