Palavras Domesticadas

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quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Velhas Fitas Cassete


Os avanços tecnológicos que vieram se processando já a partir do final do século passado mudaram vários hábitos, como por exemplo o modo de se ouvir música. Lembro que em meados dos anos 90, já com o cd dominando o mercado, em detrimento do vinil, que foi aos poucos deixando de ser produzido, as fitas k-7 (ou cassete, como passaram a ser grafadas) ainda tinham mercado. Naquela época ainda era muito pouco disseminada a prática de se copiar cds. Eram raras as pessoas que tinham o mecanismo necessário para se fazer as cópias, e as que faziam esse tipo de gravações faziam meio na surdina, pois era uma prática ilegal. Hoje ainda é, mas na época tinha um peso maior, pois era algo que ainda estava se iniciando. O primeiro programa para se baixar músicas na internet foi a Napster, surgido entre 2000 e 2001, e causou na época um enorme rebuliço no mercado. Foi a primeira ameaça real ao setor fonográfico e em questões de direitos autorais. Depois a prática se disseminou, e hoje se pode baixar tudo quanto é estilo de música em vários sites e blogs especializados, não só de música como de filmes, livros, etc. Mas voltando aos anos 90, ainda era uma prática comum se gravar fitas cassete, que funcionavam na época como os cds graváveis de hoje em dia. Naqueles tempos algumas locadoras de vídeo também passaram a alugar cds. Eu tinha o costume de comprar caixas fechadas com 12 fitas cassete, para gravar cds que eu alugava com esse fim. Com isso formei um acervo enorme de fitas. Cheguei a comprar um walkman digital, o mais avançado na época, que tenho até hoje, e costumava ouvir nele minhas fitas quando saía ou viajava, e em casa ouvia em meu tape-deck. Inclusive existiam fitas próprias para se gravar de cd, e também as fitas de cromo, que tinham uma melhor qualidade de som. Hoje possuo um acervo enorme de fitas cassete, que nem ouço mais, inclusive algumas daquelas que eram lançadas pelas gravadoras junto com os vinis, como as que aparecem na foto. Sempre preferi os lps, pelo trabalho gráfico e pela durabilidade, pois as fitas tinham o inconveniente de mofar e muitas vezes embolar no cabeçote do toca-fitas. Hoje fitas cassete viraram peças de museu. As mais raras são convertidas para mp3, como se faz com discos de vinil. Hoje nem sei se fitas cassete ainda são fabricadas. Lembro que um bom toca-fitas para automóvel era uma peça indispensável para quem gostava de ouvir música dirigindo. O da marca Rodstar era o mais procurado, e muito encomendado para quem trazia muambas do Paraguai. Tudo isso hoje virou passado.

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