Palavras Domesticadas

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terça-feira, 26 de outubro de 2010

Limite, de Mário Peixoto - Um Clássico de Nosso Cinema



Se propusermos a qualquer crítico ou amante de cinema mais antenado, uma lista dos melhores filmes brasileiros de todos os tempos - aqueles que podem ser enquadrados na condição de cinema-arte, com certeza Limite, de Mário Peixoto, entrará nessa lista. Curiosamente estou aqui falando de um filme que nunca assisti, somente alguns trechos em algum programa de tv ou documentário. Mas sempre ouvi falar nesse filme, e de seu diretor. Mário Peixoto é o diretor de um único filme, justamente esse clássico de nosso cinema.

Não sei se Limite já passou em algum canal de tv, tipo TVE Brasil ou TV Cultura, que sempre exibem filmes de arte, mas a verdade é que nunca tive a oportunidade de assistir, nem em nenhuma sessão de algum cine-clube. Talvez até consiga encontrar para baixar em algum blog especializado em filmes cult. Um dia procuro. Em locadoras, se é que existe em dvd, também nunca vi. Sei que já foi lançado em vhs, segundo uma matéria publicada sobre o filme no jornal O Globo, nos anos 90. Limite é um dos melhores filmes que eu nunca assisti. Abaixo a citada matéria, intitulada "Um diretor, um único filme, duas sagas" :
"De acordo com Rubens Machado, na Enciclopédia do Cinema Brasileiro, Limite teve seu roteiro rascunhado em Paris, depois que Mário Peixoto (1908-1992) viu na capa da revista "Vu" de 14 de agosto de 1929 uma face feminina com olhos fixos envolta em braços masculinos algemados, imagem que abre o filme. Humberto Mauro e Adhemar Gonzaga recusaram a proposta de direção por tratar-se de projeto muito pessoal.
O filme estreou no dia 17 de maio de 1931, no cinema Capitólio, numa sessão matutina. O filme praticamente desapareceu das telas após suas projeções nos anos 30. Durante os anos 50, uma decomposição na película levou Peixoto a confiar sua restauração ao amigo Plínio Sussekind Rocha. O restauro só foi completado nos anos 70, por Paulo Pereira de Mello, aluno de Plínio. O filme recuperado tem problemas de sincronia da trilha sonora, e perdeu algumas imagens. Nos anos 80, Limite ganhou versão em vídeo.
O longa apresenta um tema básico: três náufragos numa barca, duas mulheres (Taciana Rei e Olga Breno) e um homem (Raul Schnoor), contam uma passagem de suas vidas. Ainda segundo Machado, em seu texto na Enciclopédia, no filme "configura-se no conjunto um olhar coerente de contemplação poética, a um tempo realista e metafísico. No entanto os rumos tomados pela incipiente mas crescente indústria cinematográfica no Rio de Janeiro deram cada vez menos lugar ao amadorismo de grandes ambições artísticas que permitira aquela primeira e única eclosão do cineasta."
Nascido em berço abastado no dia 25 de março de 1908, em Bruxelas, Bélgica, Mário José Breves Rodrigues Peixoto morreu isolado e empobrecido em 1992."

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