Palavras Domesticadas

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quarta-feira, 21 de março de 2012

Geraldo Azevedo Lança Inclinações Musicais - 1981


Em 1981 Geraldo Azevedo lançava Inclinações Musicais, seu quarto álbum, sendo que o primeiro foi gravado em dupla com Alceu Valença. Dono de um jeito bem pessoal de compor e interpretar, além de ser um exímio violonista, Geraldo Azevedo já era um artista estabelecdo no cenário da MPB quando lançou esse disco.
Sua música traz toda uma influência da cultura regional nordestina e de sua terra Petrolina/PE, mais especificamente. Hoje, com 40 anos de carreira (seu primeiro trabalho gravado, com Alceu Valença é de 1972), Geraldo Azevedo é um músico reconhecido por seu talento e musicalidade, sendo considerado um músico do primeiro time da MPB.
Na ocasião do lançamento de Inclnações Musicais, o crítico Luiz Fridman escreveu em sua coluna "Discos Pop":
"Geraldo Azevedo é um músico que traz a rica bagagem cultural do Nordeste brasileiro. E, poderia satisfazer-se com isso, pos os elepês já gravados e os batismos de mercado foram obstáculos ultrapassados. A temática das populações ribeirinhas do São Francisco, o contraste entre um Brasil 'pujante' e um Brasil 'faminto', a resignação, a melancolia ou a revolta dos despossuídos encontram frequentemente nos músicos populares renovadas e enérgicas formas de expressão. Geraldo Azevedo tem parcela de responsabilidade na difusão dessas formas de sentir, junto com Alceu Valença e outros tantos.
Ao mesmo tempo sua música alcançou os temas urbanos, perseguindo a inquietação das cidades, os novos jogod mentais e culturais e, enfim, outras inclinações musicais. Ou, como diz a letra de Renato Rocha para a canção que dá título ao seu novo disco: 'Quantas canções parecidas/E tão desiguais/Como as coisas da vida/Coisas que são parecidas/Feito impressões digitais'. As impressões de Geraldo Azevedo não se resumem a opor o passado ao presente, o urbano ao rural, o íntimo ao social. Inclinações Musicais reúne uma turma curiosa para um passeio que pela emoções que vai desde Garcia Lorca (com música de Renato rocha) até os Beatles, passando por Ray Charles, Billie Holiday, o beijo de John Lennon e Yoko Ono, Jackson do Pandeiro, Lupiscínio Rodrigues, Noel Rosa, Mercede Sosa, Milton Nascimento, Rita Lee e todos aqueles registrados na vitrina de uma loja de discos, que compõem a contracapa do elepê.

'Quem inventou o amor/Teve certamente inclinações musicais', sugere a letra de Renato Rocha. E Geraldo Azevedo, animado pela vitrina diversa de uma esquina da cidade roteiro procurando talvez, a simpressões heterogêneas de uma mesma dor e dos mesmos sentimentos alimentados à beira de um grande rio. Ele canta 'Um Dia', de Caetano Veloso, em que o cenário do amor é verde, a planta e o mar, e 'Canta Coração', em parceria com Carlos Fernando, em que um passarinho anuncia a cantiga dos sentimentos populares do Nordeste: 'Meu alegre coração/É triste como um camelo/É frágil que nem brinquedo/É fote como um leão/é todo zelo, é todo amo/ É desmantelo/É querubim é cão de fogo/É Jesus Cristo, é Lampião/Passarinho, eu vou voar'. Duas violas e o baixo elétrico bastam para Geraldo Azevedo desenhar a bela canção, na qual ele tocou todos os instrumentos.
Em parceria com Pippo Spera e Eduardo Marques segue pelos caminhos da música latino-americana

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