Palavras Domesticadas

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domingo, 14 de outubro de 2012

Mudanças no Deep Purple - 1975

Em junho de 1975 a revista Pop trazia uma matéria sobre mudanças que aconteceram na formação do Deep Purple. A banda havia atravessado uma crise, aliás, uma de tantas outras ao longo dae sua carreira. No ano anterior, a saída do vocalista Ian Gillan e do baixista Roger Glover quase determinaram o fim da banda. Porém a entrada de Dave Coverdale, que substituiu muito bem Gillan nos vocais, assim como a volta do ex-baixista Glen Hughes determinou o fim da crise no grupo. Tempos depois, os dois elementos dissidentes retornariam, embora certas turbulências internas continuassem a ocorrer, principalmente provocadas pelo difícil gênio do guitarrista Ritchie Blackmore, reconhecidamente uma figura difícil de se lidar. Mas a verdade é que após as mudanças anunciadas na matéria da revista, a banda continuaria lançando discos que se tornaram antológicos, e marcariam a carreira do Purple como uma das maiores bandas da história do rock. Segue abaixo a transcrição da matéria, intitulada Deep Purple, Pauleira a Todo Vapor:
“As coisas não andavam muito bem para os lados do Deep Purple, no ano passado. Depois de muita piração, dois caras da banda decidiram saltar fora. E eram dois caras importantes: o vocalista Ian Gillan, autor da maioria das músicas do grupo, e o baixista Roger Glover, um mestre nas transações comerciais do conjunto. Mas não seria por isso que o Purple iria deixar de espalhar sua incrível pauleira pelo mundo afora. Depois de algumas transações secretas, os três elementos básicos do conjunto – Jon Lord, teclados; Ritchie Blackmore, guitarra, e Ian Paice, bateria – desenterraram o baixista Glen Hughes dos subterrâneos de Londres, e transformaram o dono de butique Dave Coverdale em cantor do Deep Purple.
Com isso, o grupo recebeu nova injeção de energia e voltou à estrada, fiel à zoeira infernal que o caracteriza como um dos mais adorados grupos de rock-pauleira do mundo. Os concertos que deu na Europa, no início deste ano, reviveram o clima de loucura e histeria de 1970, quando ao trio original, preocupado com jazz e música clássica (Lord/Blackmore & Paice), juntaram-se os rockeiros Glover e Gillan. Esse encontro foi o início de uma verdadeira loucura coletiva: a música do grupo sofreu uma virada de 90 graus, ganhou incrível vitalidade e o Deep Purple, rapidamente, tornou-se o maior representante do hard-rock britânico. A cada novo disco e a cada nova excursão, o conjunto trocava novas vibrações com o público e ampliava sua legião de admiradores. Até que veio a crise do ano passado, que chegou a ameaçar a existência do conjunto. Mas os três fundadores do Purple deram a volta por cima e o grupo está aí de novo, a todo vapor. E nos seus planos se inclui uma excursão à América do Sul, ainda este ano.”
Porém, apesar da banda na ocasião estar no auge de sua forma e popularidade, as turbulências continuavam a atormentar a careira do Deep Purple. 5 meses depois de publicar a matéria acima, a mesma revista dessa vez trazia a nota ao lado, em que falava da saída de Ritchie Blackmore, e sua substituição pelo excelente guitarrista Tommy Bolin, que participaria do disco Come Taste The Band. Bolin, apesar da enorme responsabilidade que era substiuir Blackmore na guitarra,fez um excelente trabalho junto ao Purple. Blackmore, por sua vez, formaria o Rainbow, que revelaria o vocalista Ronnie James Dio. Tommy Bolin infelizmente morreria pouco tempo depois, e o rock perderia um excelente guitarrista, com um futuro brilhante pela frente. Porém deixou sua marca num excelente álbum de uma das melhores bandas de rock de todos os tempos.

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