Palavras Domesticadas

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quarta-feira, 12 de junho de 2013

Revista Bizz Especial Reggae - 1991

A revista musical  Bizz era de circulação mensal, e vez por outra trazia uma edição especial. Em junho de 1991, lançou um número destacando o reggae. Trata-se de um ótimo documento sobre o ritmo jamaicano, e trazia na capa, como não poderia deixar de ser, seu maior representante - Bob Marley.
Com um ótimo trabalho de pesquisa, a revista fala sobre a Jamaica e sua história, destacando o surgimento do reggae e seu desenvolvimento, até ganhar o mundo. Fala também sobre o rastafarianismo e seu líder espiritual Hailé Selassié: "O rastafarianismo combina crenças milenares de origem africana com influências do cristianismo fundamentalista norte-americano, em especial da  Igraja Batista. Não se trata de uma religião: não há organização, não existe 'diretoria'. Os rastafaris não acreditam no poder organizado, que consideram intrinsecamente mau. Rastafari é uma atitude, um jeito de enfrentar a vida. É anarquia."
Alguns dos astros mais representativos do reggae são biografados, como Bob Marley (chamado de O Messias), Jimmy Cliff e Peter Tosh - esses três astros são chamados de "santíssima trindade do reggae".
Peter Tosh
Outros nomes importantes do reggae também ganham destaque, e são chamados de "asseclas, discípulos e outros mestres": Lee "Scratch" Perry (principal expoente da estética dub), Toots & The Maytals, Desmond Dekker (primeiro jamaicano a emplacar um hit internacionalmente), Black Uhuru, Sly & Robbie ( baterista e baixista que se notabilizaram por formarem a cozinha mais requisitada da música pop de influência negra), Eddie Grant, Bunny Linvingstone (também conhecido como Bunny Wailer) e Junior Murvin, que escreveu o primeiro hit jamaicano a ser gravado por uma banda punk - Police and Thieves, gravada pelo The Clash. A banda inglesa, por sinal, também é destacada na revista, num capítulo dedicado ao reggae que era feito na Inglaterra, ao lado de outros nomes, como Don Letts, UB 40, The Police, Steel Pulse, Aswad e The Specials, que tocavam ska, uma das variações do reggae.
 A revista também traz entrevistas exclusivas com Yellowman, Black Uhuru e Aswad. O reggae produzido no Brasil é também destacado e mostrado através da cena de algumas capitais, como São Paulo (Nomad, Walking Lions, Jai Mahal e Pacíficos da Ilha, Radical Hoots, Luis Vagner e Amigos Leais, Cacau Ganb e Otrabanda, Nova Jóya, TC, Banda Luanda, Lumumba, Sinsemilla), Salvador (Lazzo, Édson Gomes, Tonho de Onorina), São Luís (Tribo de Jah) e Rio de Janeiro (Cidade Negra, Kmd-5, Ubandu Du Reggae, Dom Luiz Rasta, Alberto Santos,Guiné Bissau).
Algumas subdivisões do reggae também são analisadas, como o dub, o dancehall e o reggamufin, e alguns representantes destacados, como Soul II Soul, Massive, Shabba Ranks, Steely And Clevie, Shineahead, etc. Ao final, uma discoteca básica é apresentada, e dividida em vários estilos, como Clássicos, Dub Poets, Dub, DJs, White Reggae, Românticos, Dancehall, etc. Trata-se, sem dúvida, de um excelente material para se entender melhor o reggae e sua filosofia espiritual e musical.

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